sexta-feira, 6 de maio de 2011

O nosso Amor pode matar o nosso Desejo?

Na terra do sol, das praias paradisíacas, do futebol, do samba e agora também do Rock in Rio (que bom né) e das lindas mulheres, quando o assunto é "SEXO" experimentamos uma paradoxal comprovação: aqui muito se faz sexo, mas pouco se fala sobre sexo. Atitude que aponta para um norte meio sul, pois enquanto as coisas vão bem na cama e nas cabeças tudo é festa, mas quando alguma coisa para de funcionar, o chão se abre e nosso legado de "culpas" e "tantas negativas" surge tumultuando a vida dos casais; a culpa é minha, é sua, é de quem?

Naturalmente, nossa educação castradora e patriarcal nos condiciona a vivenciar uma relação afetivo-sexual cheia de vícios, inseguranças e muito, muito temperada com a tal da "intimidade"; o grande objetivo de toda as relações, quanto mais intimidade mais proximidade, mais controle, mais segurança, mais entrega, mais "AMOR", será que tudo funciona melhor assim? Essa talvez seja a grande resposta que deva ser dada quando as coisas começam a desmoronar na vida afetivo-sexual dos casais.

Talvez o desejo sexual pelo outro, que antes era explícito e condicionava a mola propulsora do relacionamento e agora se encontra "no cativeiro", desacelerado e enfraquecido, esteja necessitando de uma revisão urgente. Entender essa situação é aceitar que, por mais estranho que pareça, para se sustentar o desejo sexual necessita de espaço, de uma certa distância, de uma certa privacidade. É necessário que o casal nessa sua frenética busca de maior segurança e proximidade não sufoquem o desejo com tanta intimidade, melhor deixar um pouco de insegurança, uma pitada de liberdade, uma colher de sopa de incerteza, uma colher de chá de espontaneidade, assim quem sabe os casais consigam desvalorizar o "previsível" e valorizar "o imprevisível" que é a chama do erotismo. O desejo sempre entra em conflito com o hábito e a repetição. Ele é indisciplinado e desafia nossas tentativas de controle, é assim que o desejo pode se manter vivo e a chama do erotísmo se perpetuar nas relações.

Eu sei que nossos recalques centenários nos impedem de agir assim, deixando o controle excessivo de lado e dando um pouco mais de espaço para que o desejo se oxigene melhor, mas é a partir de nossas mudanças que vamos poder vivenciar uma vida sexual mais prazerosa e saudável. Quem sabe vale a pena tentar?

Trechos adaptados do livro "Sexo no Cativeiro"

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