terça-feira, 17 de novembro de 2009

Como Agradar uma Mulher!!

CASAL EM CRISE - 2

CASAL EM CRISE II

O casamento continua sendo apesar de divergências seculares, uma instituição em alta no mundo ocidental contemporâneo. Milhões de homens e mulheres anualmente buscam no casamento um modelo para a construção de um relacionamento afetivo seguro e duradouro. Os relacionamentos compõem os laços afetivos e são muito importantes e saudáveis para a vida das pessoas. Mas conviver com os outros e compartilhar a vida com alguém de forma harmônica se torna um desafio cada vez mais difícil para muitos.

Sexo é bom. Mas no casamento nem sempre. E cada vez menos. Esse fenômeno parece estar mais freqüente a cada dia na vida dos casados do nosso século. A vida sexual dos casados enfrenta uma crise anônima, sem uma lógica aparente. Homens e mulheres que se amam cada vez menos usam suas camas para um “encontro sexual”. A freqüência e a qualidade do sexo vêm diminuindo ano após ano na vida dos casais, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, autora do recém-lançado Descobrimento sexual do Brasil (Summus Editorial), um amplo panorama do que o brasileiro faz na cama e fora dela.

“Não temos dados concretos sobre isso, mas no dia-a-dia verificamos com facilidade que o sexo no casamento anda em crise”, diz ela, com a experiência de quem comanda o primeiro ambulatório especializado no tratamento de questões relacionadas ao sexo no Brasil, o Projeto sexualidade (Prosex) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Psicanalista e sexóloga, a carioca Regina Navarro Lins lançou um livro intitulado justamente O sexo no casamento (Bestseller), em parceria com o marido, Flávio Braga. Para ela, a grande fonte para o marasmo da vida sexual em casa está no principal pilar sobre o qual as relações se estruturam no Ocidente: a fidelidade. “O compromisso de exclusividade de um com o outro destrói a relação. Sem o risco de que o parceiro se envolva com outra pessoa, o exercício de sedução constante acaba. Os parceiros ficam dependentes um do outro, mas desinteressantes”, diz ela. “O casamento, no fim das contas, é a situação onde menos se faz sexo no mundo”, diz. “Claro que há exceções, pessoas que estão casadas há 30 anos e conseguem manter o tesão. Mas essa não é a regra”, continua, reforçando que a monogamia leva, quase sempre, à monotonia.

E o problema não estaria simples e puramente no compromisso de exclusividade, mas também na forma como a fidelidade é exercida. “Tudo é junto. Os amigos são os mesmos, as atividades são as mesmas, o lazer é compartilhado, isso satura e acaba transformando a relação numa grande amizade”, diz. “O marido vira o melhor amigo, o melhor pai, o melhor tudo. Mas não dá tesão”, ilustra.

Nesse panorama não muito promissor, os casais modernos ainda enfrentam um outro problema, o acentuado declínio da satisfação feminina que vêm surpreendentemente crescendo nas últimas três décadas, segundo pesquisadores da Universidade da Pensilvânia. A insatisfação subjetiva atinge mulheres casadas e solteiras, com ou sem filhos, bem ou mal empregadas, brancas ou negras, pobres e ricas, segundo artigo da Revista Época (outubro/09) intitulado: Por que elas são tão tristes?

Criatividade na cama não é palavra bem-vinda para alguns especialistas. “Há quem diga que o negócio é ser criativo. Dizer isso é até uma maldade. Não adianta querer inventar quando não há tesão. Sem libido, não dá para ser criativo. É ela que gera criatividade nas relações. Definitivamente, não adianta espelho no teto sem tesão”. O que fazer para aumentar a temperatura na cama dos casais? As livrarias estão abarrotadas de títulos que prometem revelar de forma quase matemática como se obter o sucesso na vida sexual, como alcançar uma vida conjugal satisfatória com muito sexo e prazer. Transformam as relações intrapessoais em conglomerados de receitas prontas e dicas de como ser feliz na cama.

Hoje vivemos um momento de muitos questionamentos e respostas, o modelo de família que eu conheci se encontra internado na UTI, entubado, em coma induzido, sucumbindo dia após dia, com poucas chances de alta, nasce um novo modelo de família; “diferente”, tanto na sua estrutura quanto na sua dinâmica e, “diferente” é desigual, mudado, variado, mas nem sempre é pior, às vezes diferente pode ser melhor. Quem se arrisca a responder?