terça-feira, 19 de julho de 2011

Esse Tal de Swing - qual seria sua Origem?





Tenho ouvido muito por aí muitas versões que tentam explicar e/ou entender esses novos modelos "sociais" de relacionamento, onde "esse tal de swing" tem ocupado lugar de destaque no ranking dos mais ousados modelos contemporâneos. Curiosidade, críticas e muitas dúvidas fazem parte desse contexto tão atual que circula livremente por todos os ambientes sociais. Mas, acho que existem algumas correções que necessitam de intervenção: o swing não é um modelo contemporâneo, uma novidade do nosso século nem tampouco deve estar relacionado a um comportamento "afetivo" de relacionamento, na verdade é um modelo sociossexual de relacionamento. É natural, que a partir dos modelos de educação que nossa sociedade foi estruturada, com muita repressão, medo, culpa, limites e etc, que nossos referenciais estejam condicionados à uma interpretação imediatista e contaminada, quando nos deparamos com as diferenças de um modo geral . Rapidamente colocamos tudo numa mesma sacola onde tudo é muito transgressor, pervertido e até promíscuo ou engorda.


Na verdade o swing é um modelo social de sexo que teve sua origem por volta de 3.000 a.C. onde os Sumérios que eram um povo de origem geográfica pouco conhecida e que se estabeleceram ao norte do Golfo Pérsico, na parte sul da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, conhecidos por sua habilidade na escrita e organização social também cultuavam um ritual à deusa Inanna onde uma sacerdotisa recebia como oferenda um sacerdote-príncipe - O casamento Sagrado - para que obtivessem favores da deusa, um verdadeiro "sexo ritual". Os hábitos e práticas sexuais livres e sem o compromisso com a fidelidade fazia parte dessa cultura antiga e dava início a esse costume em um ritual sensual erotisante onde a troca de casais acontecia livremente.


Esse modelo de "sexo ritual" também era praticado na Grécia antiga com o nome de "Hiero gamos", pelos Egípcios ao culto a Ísis e se prolongando até a era Romana. O sexo não afetivo sempre esteve presente em todas as civilizações e, em muitas, estaria relacionado a um status sócio-cultural e religioso dos mais valiosos, um bom exemplo disso era como a prática da prostituição sagrada, pela qual os homens visitavam templos para ter relações sexuais com as prostitutas sagradas (mulheres lindas que encarnavam uma deusa) com o objetivo de comungar com uma deusa em particular, constituía um costume saudável e estimulante entre muitas sociedades antigas. Muitas evidências mostram que as civilizações pré-históricas já usavam o ato sexual como meio condutor em suas celebrações. Talvez o sexo e a sua íntima relação com a vida tenha sido o elo de ligação entre a humanidade e o divino. 


O sexo em público, praticado por todos e com todos, sempre esteve presente em nossa linha do tempo. Os povos aborígenes praticavam o sexo em público, em Roma as festas que reverenciavam o Deus Bacchus eram traduções de grandes orgias sexuais que ocorriam cinco vezes por mês, todas as expressões do prazer dos corpos e a exuberância de sua beleza física com todas as possibilidades de experimentar o prazer, se confundia com a beleza da criação e conexão divina.


A grande freada da livre expressão sexual ocorreu com o surgimento do Cristianismo e suas imposições sobre a moral, a culpa e o pecado divino dando início a um período de grande crepúsculo e silêncio aparente, onde os clérigos controlariam por séculos todos os movimentos da cultura, ciências e arte. Silêncio aparente porque, mesmo sob ameaça divina, nunca se falou tanto de sexo como naqueles tempos. A proibição que recaia sobre os assuntos ligados à sexualidade estimulava em todos os cantos que se profanasse as leis proibitivas em nome da luxúria promiscua. Foram tempos sombrios e de controle, mas as práticas sexuais mais profanas encontraram um ambiente promissor e cresciam a todo vapor por todos os becos e vielas da nossa sociedade mãe.


O tal do swing era prática sexual lasciva e abundantemente praticada por toda a velha Europa, tudo feito às escuras e às claras também, aparentemente longe dos holofotes da Igreja Católica, mas muitas vezes, dividindo o leito de prazer com as batinas profanas de alguns representantes da mesma instituição. Tempos tão paradoxais onde sob a égide da moral cristã, padres, bispos e papas detinham uma suposta autorização divina (ou garantia de um perdão divino) para práticas de pedofilia, abusos sexuais, prostituição, homossexalização das batina e muitas outras extravagâncias sexuais. 


O século XX avança em nossa linha cronológica trazendo com ele uma crescente revolução feminina, tanto nas suas relações sociais como nas familiares. O advento dos meios de controle da natalidade e a inserção da mulher no mercado de trabalho oferece a essa nova mulher a oportunidade de experimentar novos prazeres, inclusive os prazeres do sexo. Nos Estados Unidos da América por volta da década de 60 acontece a grande revolução feminista e, assim, o sexo passa a ocupar um lugar nos holofotes da moda -  O Sex Machine.
As relações sexuais extra conjugais entre casais passam a ser um habitué e, o tal do swing, novamente tempera os relacionamentos amorosos.


Apologias à parte, essa nova/velha atividade social invade de vez a mídia e os lares dessa nossa terra Brazilis, causando um grande alvoroço por  onde se ouve falar. Corre-se um rísco muito grande de encontrarmos um casal de amigos no bar de uma dessas casas, que por sinal, são extremamente luxuosas e caras. Mas amigo não se preocupe, não fiquem "in a tight spot" (saia justa), relaxe e aproveite a noite, até porque você certamente foi lá só para dar uma olhadinha, pura curiosidade, nada haver com ser um swinger. Relaxa a gente sabe disso!!!


Esse tal de Swing é meio que genérico e ninguém confia muito, dizem até que é coisa do governo (será?) e, por isso, não é lá muito confiável. Outros falam que é importado do exterior, está na moda, coisa de bacana, mas custa caro e não aceita cartão, sendo assim,  perde-se o velho por não poder e o novo por não saber, o que resta mesmo são casas cheias de casais experimentando o adultério consentido e um mercado altamente lucrativo e promissor para os empresários antenados que não perdem tempo e inauguram semanalmente casas de alto luxo para o entretenimento de casais.


Moral da história: Presunção e água benta, cada qual toma a que quer.