quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A História da Nossa Vida!!!

A evolução da Humanidade pose ser analisada por vários ângulos, por vários cortes, mas os aspectos da Sexualidade nas relações humanas é o que realmente me interessa nesse momento. A pergunta que fazemos todos os dias e que deseja uma resposta seria:  Como a sexualidade humana interfere nas relações humanas em sua trajetória pelo tempo?

Se observarmos as ilustrações ao lado, que fazem parte da obra de Benjamin Júnior, parece claro que durante toda a nossa evolução social, através dos tempos, nada de novo foi inserido como energia modificadora e elementar que re-direcionasse os impulsos dessas relações para fora do "quadrilátero maldito": Controle - Poder - Transgressão - Prazer. 


Na sua série, o autor chama a nossa atenção para quatro tendências que se repetem ciclicamente ao longo do tempo: Guerra, Mulheres, Sexo e Intrigas, e assim, constrói o seu quadrilátero de influências, que na verdade não difere muito da nossa construção.


A espécie humana sempre foi a mesma em todos os seus aspectos, mesmo quando submetida às terapêuticas de controle social mais enérgicas, nunca se divorciou da sua essência primordial; o caos generalizado, o egoísmo, a sobrevivência, a maldade intrínseca e a busca pelo prazer. Não nos parece tão absurdo os recortes ao lado, que mostram através da história da nossa civilização, o caminho trilhado por nossos ancestrais, que, de alguma forma, mantém o seu elo  essencial com as entranhas perenes do seu passado.


O sexo sempre foi "objetivo" na história do homem, nunca "consequência". Sempre delineado ao "poder", que numa tradução romântica apareceria alinhado à sedução; uma grande mentira!!! Esses seres humanos se utilizam desses subterfúgios menores para ocultar o verdeiro cálice: o prazer. O prazer pode ser visto em vários perfis, e até no facebook da vida cotidiana ele pode, sim, estar envolto por outros elementos mais suaves e aceitáveis na nossa união social cristã, como um ketchup com mostarda que confere um sabor a mais, ou mesmo, disfarça o sabor original. Essa distração que tinge o prazer-transgressor e elabora o nascimento do prazer-amor, prazer-carinho, prazer-romance e até mesmo o prazer-sagrado/divino, é mera neblina que desce na savana e confunde, disfarça, posterga a ameaça derradeira, que espreita o tempo inteiro a presa. O predador entrincheirado programa seu ataque final, escolhe seu objeto de desejo,      planeja sua estratégia e finalmente se lança ao seu maior desejo; o poder, o controle, a transgressão e ao prazer sobre o seu "oponente?".


Mas não podemos nos enganar, pois ninguém compra fast-food para saborear o ketchup ou a mostarda!!! Desejamos o ingrediente principal, queremos ter prazer, saborear o prazer, gozar de prazer. Os Autores dizem que o sexo é uma atitude egoísta, o que vai bem de encontro com a nossa teoria, mas esse olhar fica restrito ao academicismo e as prateleiras de nossas estantes. Infelizmente essa associação sugere um mal estar social que oprime as expressões por uma discussão mais ampla sobre o tema, que desde  "Jean-Jacques Rousseau" já habitava os meandros da nossa sociedade.


"O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém'"


Jacques Rousseau (1712-1778)


O poder, o controle, a transgressão e o prazer sempre vão estar atuando nesse ambiente das relações humanas, num processo contínuo e de interação mútua; um feed-back ora positivo, ora negativo, que se estabiliza e se desconstrói de acordo com as regras que gerenciam o momento histórico-social analisado. Essa avalanche de normas, regras, condutas e comportamentos movimentam o nosso quintal dos prazeres, a nossa Disney de emoções que contempla vários parques de diversão, com temas e temáticas diferentes, com bilhetes de entrada também diferentes, com propostas bem diferentes atendendo a todos os gostos, mas num mesmo palco  estruturado - o mesmo espaço físico-social. 


Nessa via de muitas mãos e de muitos destinos, nascemos, crescemos e morremos, tendo ou não prazer, transgredindo ou não nossos limites, nos apropriando ou não do poder e do controle na cama e fora dela. Enfim somos seres possíveis, basta querer ousar!!!



"Ouse, ouse... ouse tudo!!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.

                                             Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!!"
Lou Andreas Salomé (1861 - 1937)




http://obviousmag.org/archives/colaboradores/bjr/ -Breve História Ilustrada da Humanidade - Obra de Benjamin Júnior.