segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mulheres Medievais


As mulheres, desde a sacralização das uniões (o casamento), na Idade Média pela Igreja Católica sempre ocuparam um papel secundário no âmbito sócio-familiar. "Transformada em sacramento, sacralizada, a união conjugal tornar-se-ia veículo de controle do comportamento da sociedade por parte da Igreja."
Esse é o modelo que forneceu a base do casamento atual, deixando de ser uma união doméstica e privada, onde se privilegiava um pacto de união entre duas famílias com interesses da linhagem sobre o pessoal, passando a ser uma união com conotação na criação divina.

Mesmo assim os homens continuaram a ser privilegiados na união matrimonial, os clérigos entendiam que aos homens era dado o controle e a direção e às mulheres restava a submissão. As mulheres eram tratadas com um certo rigor pela Igreja Medieval por serem consideradas de natureza pérfidas, frívolas, luxuriosas, impulsionadas pela furnicação. O controle espiritual nas relações afetivas conjugais nessa época, por parte do clero, tinha uma conotação de controle e proibição, mas também de medo e muita culpa.

Talvez essa direção dada às relações conjugais tenha sido a fórmula única e ideal de conter as famílias dentro de um seguro controle espiritual, onde o a instituição religiosa detinha a total direção com todos os privilégios políticos, sociais e econômicos. A condenação do prazer físico nasce nessa época da nossa história e orienta a sexualidade dos casais no sentido estritamente procriativo, afastando-os dos perigos da carne e do prazer sexual. O controle e vigilância da vida sexual dos casais era severo e condicionava todo o enredo do encontro sexual permitindo e proibindo desde as datas proibidas para o sexo até as posições sexuais adequadas.

Aos homens era permitido procurar o prazer sexual fora da relação matrimonial, traduzindo assim, a liberdade e aprovação de toda a sociedade civil, política e religiosa. Era comum que as espôsas tivessem o pleno conhecimento dos devaneios sexuais de seus maridos fora da relação conjugal e que fizessem "vista grossa" ao adultério, como hoje, vivenciamos em nossa sociedade moderna os "adultérios consentidos". Essa nossa nova modalidade de "traição" têm muito em comum com toda a história do nosso passado, onde os homen.s a partir das visões proibitivas e castradoras da expressão sexual natural dos seres humanos pela Igreja Católica, classificavam as mulheres como maliciosas, culpadas por terem trazido a perdição ao gênero humano, consignadas como a porta do Diabo e muitas vezes como o próprio Diabo, funestas, pecadoras, feiticeiras e também como homens defeituosos, partindo do pressuposto de que o homem é a semelhança do perfeito e do divino.

Essa era a mulher no Medieval, modesta, casta, quieta, proibida dos prazeres, domada, submissa, complacente, ignorada, reprodutora e também sempre culpada quando os filhos não aconteciam; estéreis. Os machos nunca tinham a culpa pela infertilidade, trocavam de espôsa rapidamente e várias vezes para consumar a família, o que, de nada adiantava.

No início do séc. XII n asce o Amor Cortês, o refinamento e suprema educação referenciada pelos homens às suas mulheres amadas, é a expressão quase poética e romântica do amor com corte, com um refinamento elegante, delicado, cuidadoso e extremamente educado. O amor começa a ser vivenciado no concreto e no plano do lúdico; amores possíveis e impossíveis, mas vivenciados da mesma forma. O nascimento desse amor foi, sem dúvida nenhuma, o melhor legado que a Idade Média deixou para os nossos tempos modernos.

Um olhar mais atento ao período Medieval nos faz entender de uma outra ótica alguns acontecimentos que foram os divisores de águas para a formação da nossa sociedade contemporânea. A importância da prostituição para o equilibrio social e familiar daquela época; era o remédio e solução para atenuar as crises sociais dos indivíduos e do próprio clero, que com a institucionalização da proibição do casamento para os padres católicos, servia como um elixir às fraquezas desses diante dos prazeres da carne. Segundo historiadores, Roma no séc. XV abrigava aproximadamente sete mil mulheres e moças de lauguel. No Concílio de Constança, realizado em 1417, somavam-se 1500 "garotas de programa" a serviço dos participantes da assembléia religiosa (a serviço dos clérigos).

Mulheres submissas, casamentos sacralizados, a Igreja Católica na vida política, social, cultural, familiar influenciando e ditando regras e normas, o amor romântico e poetizado onde se "morria-de-amor", a presença da prostituição como um mal necessário à manutenção do equilibrio social, dividindo o espaço com o próprio clero que também transgredia para sobreviver. Esse foi o cenário Medieval e como as mulheres participaram desse processo de transição entre o velho e o novo mundo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

XIII Congresso Brasileiro de Sexualidade Humana

                   
A Sociedade Brasileiro de Sexualidade Humana – SBRASH, promove entre os dias 02 e 05 de outubro de 2011, o XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE SEXUALIDADE HUMANA, no Hotel Sumatra, na cidade de Londrina, Paraná. 

Este evento reunirá participantes atuantes nas áreas da saúde, educação, assistência social, psicologia e comunicação, além de estudiosos e demais interessados nas questões relacionadas à sexualidade humana, contribuindo de modo efetivo na disseminação dos mais atuais conhecimentos sexológicos e do desenvolvimento de uma nova cultura do exercício da sexualidade junto à população. 
Por já ser considerado o maior evento nacional da Sexualidade Humana em diversas áreas do saber, em sua 13ª edição estão sendo esperados mais de 700 participantes.
A CONSTRUÇÃO CULTURAL DA SEXUALIDADE – a Interface com a Educação, Prevenção e a Saúde Sexual e Reprodutiva, a programação aborda várias temáticas que serão discutidas em Conferências, Mesas Redondas, Temas Livres, Pôsteres e Mini-cursos. O evento também contará com a presença de palestrantes renomados, nacionais e internacionais, que estimularão debates científicos através de seus conhecimentos, ampliando novas discussões relacionadas à Construção Cultural da Sexualidade. 

"O indivíduo constrói-se em seu tempo, em sua cultura, em seu cotidiano. [...] Um jogo de forças estabelece-se entre o cultural e o pessoal e o acompanhará por todo o seu viver". AMPARO CARIDADE, 1999.

18 de Maio - DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA O ABUSO E A EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


O “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, instituído pela Lei Federal 9.970/00, no dia 18 DE MAIO, é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro. Esse dia foi escolhido, porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Crime Araceli”. Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados. Esse crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune. A intenção do 18 DE MAIO é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar dessa luta.

A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais pessoas e/ou redes satisfazem seus desejos e fantasias sexuais e/ou tiram vantagens financeiras e lucram usando, para tais fins, as crianças adolescentes. Nesse contexto, a criança ou adolescente não é considerada sujeito de direitos, mas um ser despossuído de humanidade e de proteção. A violência sexual contra meninos e meninas ocorre tanto por meio do abuso sexual intrafamiliar ou interpessoal como na exploração sexual. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual podem estar vulneráveis e tornarem-se mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.

As violações dos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes não se restringem a uma relação entre vítima e autor. Essas violações ocorrem (e são provocadas) pela forma como a sociedade está organizada em cada localidade e globalmente. Podem ser destacadas, nesse aspecto, as atividades turísticas que não consideram os direitos de crianças e adolescentes, facilitando ações de exploração sexual. Nesse contexto, também estão os grandes empreendimentos que, quando não assumem a sua responsabilidade social, causam impactos nos contextos locais potencializando a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, o estímulo ao uso de drogas e a entrada e permanência de meninas e meninos nas redes de exploração sexual.

O enfrentamento à violação de direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes pressupõe que a sexualidade é uma dimensão humana, desenvolvida e presente na condição cultural e histórica de homens e mulheres, que se expressa e é vivenciada diferentemente nas diversas fases da vida. Na primeira infância, a criança começa a fazer as descobertas sexuais e a notar, por exemplo, diferenças anatômicas entre os sexos. Mais à frente, com a ocorrência da puberdade, passa a vivenciar um momento especial da sexualidade, com emersão mais acentuada de desejos sexuais. Nessas fases iniciais do desenvolvimento da sexualidade (infância e adolescência), é fundamental a atenção, a orientação e a proteção a partir do adulto. Nenhuma tentativa de responsabilizar a criança e o adolescente pela violação dos seus direitos pode ser admitida pela sociedade.

Aos adultos, além da sua responsabilidade legal de proteger e defender crianças e adolescentes cabe-lhes o papel pedagógico da orientação, acolhida buscando superar mitos, tabus e preconceitos oferecendo segurança para que possam reconhecer-se como pessoa em desenvolvimento e envolverem-se coletivamente na defesa, garantia, e promoção dos seus direitos.

Queremos convocar todos – família, escola, sociedade civil, governos, instituições de atendimento, igrejas, universidades, mídia – para assumirem o compromisso no enfrentamento da violência sexual, promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.

FONTE: Rede PIÁ

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O nosso Amor pode matar o nosso Desejo?

Na terra do sol, das praias paradisíacas, do futebol, do samba e agora também do Rock in Rio (que bom né) e das lindas mulheres, quando o assunto é "SEXO" experimentamos uma paradoxal comprovação: aqui muito se faz sexo, mas pouco se fala sobre sexo. Atitude que aponta para um norte meio sul, pois enquanto as coisas vão bem na cama e nas cabeças tudo é festa, mas quando alguma coisa para de funcionar, o chão se abre e nosso legado de "culpas" e "tantas negativas" surge tumultuando a vida dos casais; a culpa é minha, é sua, é de quem?

Naturalmente, nossa educação castradora e patriarcal nos condiciona a vivenciar uma relação afetivo-sexual cheia de vícios, inseguranças e muito, muito temperada com a tal da "intimidade"; o grande objetivo de toda as relações, quanto mais intimidade mais proximidade, mais controle, mais segurança, mais entrega, mais "AMOR", será que tudo funciona melhor assim? Essa talvez seja a grande resposta que deva ser dada quando as coisas começam a desmoronar na vida afetivo-sexual dos casais.

Talvez o desejo sexual pelo outro, que antes era explícito e condicionava a mola propulsora do relacionamento e agora se encontra "no cativeiro", desacelerado e enfraquecido, esteja necessitando de uma revisão urgente. Entender essa situação é aceitar que, por mais estranho que pareça, para se sustentar o desejo sexual necessita de espaço, de uma certa distância, de uma certa privacidade. É necessário que o casal nessa sua frenética busca de maior segurança e proximidade não sufoquem o desejo com tanta intimidade, melhor deixar um pouco de insegurança, uma pitada de liberdade, uma colher de sopa de incerteza, uma colher de chá de espontaneidade, assim quem sabe os casais consigam desvalorizar o "previsível" e valorizar "o imprevisível" que é a chama do erotismo. O desejo sempre entra em conflito com o hábito e a repetição. Ele é indisciplinado e desafia nossas tentativas de controle, é assim que o desejo pode se manter vivo e a chama do erotísmo se perpetuar nas relações.

Eu sei que nossos recalques centenários nos impedem de agir assim, deixando o controle excessivo de lado e dando um pouco mais de espaço para que o desejo se oxigene melhor, mas é a partir de nossas mudanças que vamos poder vivenciar uma vida sexual mais prazerosa e saudável. Quem sabe vale a pena tentar?

Trechos adaptados do livro "Sexo no Cativeiro"

Por unanimidade, Supremo reconhece união estável de homossexuais

O CONCUBINATO ENFIM RECONHECIDO PELO STF
Em um julgamento histórico e por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (5) reconhecer as uniões estáveis de homossexuais no país. Os dez ministros presentes entenderam que casais gays devem desfrutar de direitos semelhantes aos de pares heterossexuais, como pensões, aposentadorias e inclusão em planos de saúde. A decisão pode ainda facilitar a adoção, por exemplo.
Foram analisados dois pedidos no julgamento: um deles do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), para que funcionários públicos homossexuais estendam benefícios a seus parceiros, e o outro da Procuradoria-Geral da República (PGR), para admitir casais gays como “entidade familiar”. A decisão do Supremo terá efeito vinculante, ou seja, será aplicada em outros tribunais para casos semelhantes.
Na sessão de hoje não votou apenas o ministro José Antônio Dias Tóffoli, que se declarou impedido de participar, já que atuou no processo quando era da Advocacia-Geral da União. O ministro Carlos Ayres Britto foi o relator, acompanhado pelos demais colegas para definir a vitória dos movimentos homossexuais.  
O julgamento começou na quarta-feira (4), quando falaram o relator e cinco defensores da iniciativa, além de dois adversários –um deles representante da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Os ministros, no entanto, evitaram listar todos os benefícios que os casais gays passariam a receber.
É de se espantar que o "Supremo Tribunal" tenha se divorciado das togas e dos intermináveis discursos    prosaicos que nada beneficiam a sociedade de forma direta e objetiva. Todos nós saímos ganhando com esse "ciclone de conscientização" que acometeu os nossos Ministros - "antes tarde do que nunca". Na verdade, fico pensando aqui com os meus "bytes" o que poderia estar por trás de tamanha demonstração de constitucionalidade?
Mas fiquem atentos, o nosso STF não regimentou nada sobre "Casamento Gay", o tema em questão foi "Concubinato", mas melhor isso do que nada. O ilustre ministro Cesar Peluzo mostra claramente a necessidade de o Congresso Nacional tomar uma direção que acelere a  regulamentação das situações em que a aplicação da decisão da Corte será justificada também do ponto de vista constitucional. 
Estamos felizes por garantir os direitos sociais nas uniões homo-afetivas. Parabéns a todos nós!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Traição pode fazer bem ao relacionamento

O sofrimento provocado por uma infidelidade é uma das dores emocionais mais difíceis de suportar. E também é, de longe, o motivo principal pelo qual a maior parte das uniões termina em divórcio. No entanto, uma aventura extraconjugal pode ter um efeito benéfico em alguns relacionamentos, levando-os, inclusive, a ficar melhores. Acredite: a traição pode fazer bem ao casamento, sim!


A infidelidade pode ser positiva quando...


...existe um acordo entre o casal
Segundo a médica e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho, de Belo Horizonte, quando a traição é combinada anteriormente por ambos ou liberada para um dos dois, é possível que não haja discussão ou sofrimento.


Assim como no filme “Passe Livre” (2011), em que dois sujeitos cansados da rotina matrimonial são liberados pelas esposas para farrearem durante sete dias, a publicitária Ana*, de 31 anos, deu sinal verde para o marido para fazer tudo – tudo mesmo! – o que quisesse em um fim de semana.


Era a despedida de solteiro do melhor amigo dele e a turma (composta somente por homens, evidentemente) alugou um sítio para fazer a festa com direito à participação “especial” de algumas garotas de programa.


“Eu não quis ser a chata que ia cortar o barato e forçá-lo a não ir, mesmo porque ninguém manda em ninguém. Preferi liberá-lo para transar se tivesse vontade a ficar com a dúvida na cabeça. Sofri, é claro, mas optei por nem saber o que aconteceu, e hoje nem penso mais nessa história”, conta Ana*.


Para a psicanalista e sexóloga carioca Regina Navarro Lins, autora de “A Cama na Rede” (Ed. Best Seller), fidelidade não tem nada a ver com sexualidade e deveria ser colocada em prática apenas por livre e espontânea vontade do casal, e não por conta de regras ou obrigações. “Reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los”, ressalta.


De acordo com Regina, o parceiro que tem excessiva consideração pelo outro e não faz o que tem vontade tende a se sentir credor de uma gratidão especial, se considerar vítima e se tornar intolerante. “Quando a fidelidade não é natural nem a renúncia gratuita, o preço se torna muito alto e pode inviabilizar a própria relação”, explica.


...promove uma mudança de atitude
“Um erro, em se tratando de ser humano, é normal acontecer, e, dependendo da situação que o provocou, cabe o perdão e a reconciliação”, afirma a psicanalista Soraya Hissa de Carvalho.


Nesse caso, a traição pode ser motivada pelo desinteresse de um dos dois – um bom exemplo é o do casal que acaba de ter filhos e a mulher se envolve totalmente com a criança, negligenciando a relação com o parceiro que, por sua vez, fica suscetível a outros encantos. Ou, então, cansada da excessiva atenção que o marido dá à carreira, a esposa pode curar a sua carência nos braços de outro homem. Em ambos os casos, a infidelidade pode ser considerada apenas um sintoma de uma relação doente.


Se ainda existir amor e vontade de construir uma vida juntos, é possível que o casal não apenas supere o fato como modifique algumas atitudes em prol de um casamento melhor. As mudanças de comportamento podem incluir desde um esforço comum para ficarem mais tempo juntos até maior cuidado com a aparência.
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    Aventuras extraconjugais podem ter efeito
    benéfico em relacionamentos desgastados


...não há diálogo entre o casal
Para a psicóloga e terapeuta Erica Brandt, de São Paulo, a traição também pode ser benéfica quando promove reflexão sobre o que vem ocorrendo de errado na vida dos dois, gerando, assim, uma crise conjugal.


“Infelizmente, as pessoas não estão preparadas para viver o casamento. Elas vivem uma relação idealizada sem perceber que uma união precisa ser cuidada diariamente. É preciso ter tempo e disponibilidade para o outro. Normalmente, essas atitudes estão presentes no início do namorado e no começo da paixão”, comenta.


A crise conjugal funcionaria, então, para que ambos abram o jogo com franqueza sobre medos, desejos, mágoas e sentimentos guardados.


...coloca um ponto final na idealização
Segundo Erica Brandt, é comum que a pessoa perca aquele “brilho romântico no olhar” ao notar que o cônjuge é menos maravilhoso do que pensava. “Quando se casam, os casais acreditam que o parceiro é aquele que cada um idealizou. Porém, com a convivência do dia a dia, se deparam com o jeito de ser de cada um e o desencantamento ocorre. As pessoas que eram, aparentemente, apaixonantes e perfeitas revelam fragilidades, hábitos, manias e preocupações que interferem na dinâmica do casal, inclusive na intensidade da vida sexual”, afirma a psicóloga.

A decepção, então, pode levar à traição que, no entanto, não resolve o problema, pois o amante também faz parte de uma idealização. Nesse caso, a infidelidade pode ser o estopim para que ambos conversem sobre o que eram antes e o que se tornaram depois do casamento.
“A confiança é um dos sentimentos mais difíceis de ser reconstruído. O amor pode ser reconstruído, mas, a confiança precisa de muita compreensão e tranquilidade”, diz Soraya. Ela lembra que após a descoberta e o perdão de uma traição, possivelmente haverá cobranças entre o casal. As pessoas nunca mais serão as mesmas, mas poderão ser melhores e mais maduras. Nesses casos, a terapia de casal pode ajudar bastante.
FONTE UOL