quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Sexo com Pimenta no Casamento

Elizabeth Jane - erotic art



Preconceitos e contrariedades à parte, ai vai uma reportagem da revista CLÁUDIA intitulada "Sexo com pimenta no casamento" que abordou em "10" grandes cidades Brasileiras o que mais de 100 mulheres fazem para melhorar suas relações no casamento:

A medida da paixão

Nesse quesito, nossas entrevistadas estão dentro da média dos brasileiros. Para a maioria, o sexo rola toda semana. "Acredito que 50% da felicidade no relacionamento é determinada pela vida sexual. Se desse, faria todos os dias. Infelizmente não é possível por causa da correria. Mas estou satisfeita, porque eu e meu marido temos uma sintonia muito boa", diz a produtora carioca Ana Paula, 29 anos. Com dois filhos e a carreira, ela ainda tem fôlego para transar três vezes ou mais por semana. A jornalista Danielle, 31 anos, de Curitiba, tem relações uma ou duas vezes por semana e acha que está de bom tamanho para o seu gás. "Com a rotina - trabalho, casa, filhos -, me tornei um pouco preguiçosa. Tiramos o atraso nas férias. Aí estamos mais relaxados, sem compromissos, e acontece todo dia."

Qualidade aprovada

É certo que, com cinco anos ou mais de casamento, o sexo não é mais aquela coisa arrebatadora dos tempos de namoro. Mas, se de um lado os casais perdem o estado febril, por outro ganham em sintonia fina e cumplicidade. "Com o tempo e a intimidade, aprendemos a conversar mais e a deixar claro o que excita cada um", explica Carla, 38 anos, pesquisadora científica, de Campinas (SP). Quase todas as mulheres que ouvimos procuram meios de sair da mesmice e de evitar que o fogo apague. "Às vezes até realizamos fantasias como transar em locais públicos, no carro. As massagens com cremes antes, durante e depois também são tudo de bom", comenta Camila, 37 anos, psicóloga, do Rio de Janeiro, que está no segundo casamento.

A era da iniciativa

As mulheres não esperam mais, passivamente, o prazer - vão buscá-lo, com energia e imaginação. Uma boa parcela, de fato, ousa nas estratégias. "Faço show de striptease e preparo surpresas. Uma vez, fiquei esperando meu marido nua dentro da sala do seu consultório! Em outra, preparei um ambiente aromatizado, com velas e acessórios, e levei-o lá de olhos vendados", revela a fisioterapeuta paulistana Fernanda, 28 anos. A psicóloga Cristina, 36 anos, de Porto Alegre, é igualmente aberta: "Não tenho frescura, topo sexo anal, ir a motéis ou lugares diferentes, experimento o que aparece e agradeço". Para não deixar a monotonia se infiltra na cama a administradora Luciana, 32 anos, de Curitiba, conta com a ajuda do marido. "Gostamos de caprichar nas preliminares e ele sempre me abastece de brinquedinhos. Já me deu fantasia de tigresa, de Mamãe Noel, de colegial e uma coleção de calcinhas sexy."

Da necessidade do orgasmo

A pesquisa não deixa margem a dúvidas: estamos lidando melhor com essa questão. Uma grande porcentagem de leitoras chega ao clímax com freqüência, embora não faça dele o maior ou único objetivo da relação sexual. Se não acontecer, também vale. A psicóloga Ana Cristina Canosa, da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, acredita que isso se deve ao fato de a mulher valorizar muito a cumplicidade e o carinho. "Em uma transa rápida, às vezes não há orgasmo e mesmo assim é legal. O sexo ajuda a aliviar o stress", garante Alexssandra, 28 anos, gerente comercial, de Curitiba. "Conheço muito bem meu corpo e vou atrás do que me leva ao clímax", diz Márcia, 38 anos, médica, de Salvador. A atitude do parceiro também ajuda. O meu não me apressa, se segura para gozarmos juntos", comenta Élida, 35 anos, bancária, de Belo Horizonte. A comerciante Rosângela, 31 anos, de Cuiabá, e o marido introduziram cremes, masturbação e brinquedos sexuais para garantir o êxtase. Assim fica mais gostoso", diz.

Masturbação sem restrições

Felizmente estamos perdendo o preconceito e admitindo que não há melhor maneira para conhecermos a própria sexualidade", observa Carmita Abdo."Com a masturbação, descobrimos onde, como e com que intensidade gostamos de ser tocadas. "Cléia, 31 anos, pecuarista, de São Paulo, concorda com a terapeuta. "Durante a penetração, gosto de me tocar em alguns pontos e peço a meu marido para fazer o mesmo. Assim,a nossa vida sexual melhorou muito ao longo dos anos." Já Rosa, assessora de comunicação, 30 anos, de Recife, prefere incluir a masturbação nas preliminares. "Nesse momento penso em coisas tão loucas que não conto nem para meu marido."

Sexo oral em alta

É pimenta pura. "Com ele, a estimulação clitoridiana é mais direta e rápida, o que facilita muitíssimo o orgasmo. A enquete mostra que as leitoras descobriram essa via extraordinária para chegar ao clímax", observa Ana Cristina Canosa. "É maravilhoso ver como meu marido pega fogo quando eu o estimulo assim", confessa Patrícia, 36 anos, dona-de-casa, de Porto Alegre. "Além de ser muito gostoso, faz a relação durar mais tempo, o que é ótimo", diz a professora mineira Denise, 39 anos.

Sexo anal sem tabus

A julgar pelo que diz boa parte de nossas entrevistadas, o sexo anal está perdendo o estigma - ainda que não chegue a entusiasmar a maioria delas. "Antes, eu achava que doía. Mas, com meu amadurecimento sexual, aprendi a fazer e até a ter um pouco de prazer. Meu marido procura os momentos certos, com amor e carinho", conta Andréa, 33 anos, assistente de eventos, de Salvador. Segundo Ana Canosa, ainda temos que derrubar vários mitos em torno do assunto. A comerciante Rosângela, 31 anos, de Cuiabá, já conseguiu. "Com os cuidados necessários e o uso de cremes anestésicos, é ótimo."

O combustível das fantasias

Pensar em sexo ao longo do dia é a receita da terapeuta Ana Cristina Canosa para seus pacientes. "É a fantasia que alimenta a libido", assegura. Nossas entrevistadas seguem a recomendação, cada uma à sua maneira. "Fantasia para mim não está relacionada,digamos, a uma lingerie de oncinha. Tem mais a ver com as surpresas e o inusitado. Adoro a idéia de sair para jantar e depois descer para o litoral,sem programação, aproveitando o clima do momento", descreve a ginecologista Stellamaris,36 anos, de Curitiba. "Com a cumplicidade de uma relação duradoura ficamos à vontade para fazer jogos eróticos e realizar fantasias", acrescenta."Isso me tira da rotina e me deixa mais selvagem",conta a comerciante baiana Renata,33 anos."Às vezes,pinta umas maluquices na cabeça:quem nunca se imaginou na cama com o George Clooney?", diz a analista financeira Ana Paula, 31 anos, de São Paulo.Já a professora de educação física baiana Kate, 27 anos, gosta de se imaginar transando com o marido em lugares públicos,como uma estrada."Acho que a gente já está fazendo sexo quando pensa:produz um clima."

Sex shops embaixa

Como se explica o fato de as sex shops não seduzirem nosso círculo de leitoras? "Entrar numa dessas lojas é quase uma confissão de que você foi buscar lá um estímulo para sua vida sexual, e muitas mulheres ainda têm vergonha de assumir esse impulso", analisa a psiquiatra Carmita Abdo. Prova disso são as palavras da arquiteta Thaís, 26 anos, de Cuiabá. "Morro de vontade de ir, mas sozinha não tenho coragem. Estou tentando convencer algumas amigas a me acompanhar. Depois de vasculhar tudo, quero levar meu marido." Gabriela, 34 anos, jornalista, de Porto Alegre, não vê necessidade: "Dá para incrementar a relação com cremes e massageadores que encontro em outros lugares". A secretária Janaína, 26 anos, de Brasília, está entre as entrevistadas que já foram conferir o que uma sex shop tem (30%). "Vou com meu marido e procuramos camisinhas coloridas, com cheiro ou formas diferentes, além de roupas íntimas temáticas. São excelentes para evitar que o casamento caia na rotina."

Gritos e sussuros

Ninguém definiu melhor o poder afrodisíaco das palavras do que a escritora Isabel Allende: "O ponto G fica no ouvido". Casada pela segunda vez, a produtora de moda Catarina, 40 anos, do Rio de Janeiro, também é enfática: "Tem que falar sempre! O segredo da grande transa está na criatividade com as palavras". Outra entusiasta é a professora Raquel, 37 anos, de Belo Horizonte. "Uma palavra bem colocada esquenta o sexo, deixa a gente mais ligada." Isabel, 38 anos, jornalista, de Campinas, faz só uma ressalva: "Eu sou romântica, por isso dispenso comentários duros ou violentos".

Nada de troca-troca

Sexo bom é sexo a dois. Disso nossas entrevistadas não abrem mão. Fantasiar um suingue ou uma relação a três é ótimo, mas que fique por aí. "O marido é meu, não quero esse negócio de trocar", diz a contadora Ana Cristina, 35 anos, de Salvador. "Se existe amor entre os dois, não cabe mais ninguém", avalia a analista de controle Alessandra, 31 anos, de Recife. O que impede a pedagoga carioca Patrícia, 38 anos, de levar a experiência adiante não é a convicção, e sim o medo. "Gostaria muito de saber como é a dupla penetração. Eu e meu marido já fizemos uma experiência com a ajuda de um vibrador, mas não senti nada demais. Acho que com dois homens seria diferente. Mas falta coragem."

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