Também conhecida como Louise von Salomé (12 de fevereiro de 1861, São Petesburgo, Rússia – 5 de fevereiro de 1937, Göttingen) foi uma intelectual russa.
Muitas vezes ouvimos dizer, que por trás de um homem célebre, sempre existirá uma grande mulher. Tenho a certeza que a Sta. Salomé foi uma dessas grandes mulheres, que viveu na intimidade de homens famosos no Século XIX e XX. Amou e foi amada por muitos dos grandes homens desses séculos, homens que influenciaram o nosso mundo de hoje; Conheceu Freud, Jung, Nietzsche, Hneri Bergson, Sartre, Paul Reé e até Richard Wagner entre outros grandes homens. Mulher sensível, tinha mito de sedutora. Imagina, conseguir em uma só vida ser amante de tantos ilustres.
Uma linda mulher, audaciosa, sedutora, erotizada, um paradoxo perante os costumes daquela época. Foi amante de Sigmund Freud por muitos anos e, influenciada por ele, tornou-se uma famosa e respeitada psicanalista na europa. Quantos amantes famosos, para uma única e, quase completamente desconhecida mulher.
"Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
— Lou-Salomé
O ato amoroso transforma o parceiro num "conto estranho e maravilhoso". A Paixão amorosa é uma porta, diferente de todas as outras portas, "em sua arquitetura ornada de elementos ricos de sentido, em virtude de um simbolismo singular". É o caminho por excelência que nos leva a nós mesmos. Por ela "nós não somos um mundo de realidade, somos apenas o espaço e o metteur en scène de um mundo onírico, todo-poderoso, irresistível".
Assim, o amor durará enquanto os amantes forem capazes de oferecer ao outro essa entrega, que dá acesso de modo vital à capacidade de se concentrar neles mesmos, de ser um mundo para si por causa do outro.
Neste mesmo ensaio, ela nos lembra que no êxtase amoroso, por mais que desejemos nossa fusão com o amado, sempre somos, em última análise, remetidos a nós mesmos. A reconciliação que se fará aqui será sobretudo entre o sujeito e ele próprio, através do outro, mais do que entre o sujeito e o objeto amado.
(....) A fusão inteira do nosso ser com o outro, por mais querido que seja, não seria desejável. É preciso que sejamos cada vez mais nós mesmos, para poder ser um mundo para o outro. A relação erótica, remetendo-nos a nós próprios, é uma ocasião de constante renovação: cada vez ela inaugura em nós um ser novo; como um ato de linguagem, cada vez que eu falo a um Tu, é um Eu diferente que fala a um novo Tu: quando digo Eu, já não sou aquela que falava há pouco. A relação erótica é, assim, nela mesma, criação. E o amor um elemento de produção: somos a cada instante outros, encontramos no outro cada vez um elemento novo, diferente, desconhecido, misterioso até - o que dá à relação erótica sua riqueza:
"só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro."
E Lou analisa esta necessidade de renovação e da existência do mistério na relação amorosa:
"Pois, nos seio mesmo da paixão, nunca se deve tratar de "conhecer perfeitamente o outro": por mais que progridam neste conhecimento, a paixão restabelece constantemente entre os dois este contato fecundo que não pode se comparar a nenhuma relação de simpatia e os coloca de novo em sua relação original: a violência do espanto que cada um deles produz sobre o outro e que põe limites a toda tentativa de apreender objetivamente este parceiro. É terrível de dizer, mas , no fundo, o amante não está querendo saber "quem é" em realidade seu parceiro. Estouvado em seu egoísmo, ele se contenta de saber que o outro lhe faz um bem incompreensível... os amantes permanecem um para o outro, em última análise, um mistério."
Tavez muitos conheçam a Lou Andreas Salomé, outros nunca ouviram falar, mas o que mais me agrada é imaginar que essa mulher do século XIX esteve tão perto, tão íntima com as mentes mais fabulosas desse século. Conseguiu, o que muitas mulheres nunca imaginaram alcançar, fazer parte de um pano de fundo de idéias e pensamentos que mudariam o futuro da humanidade. Tornar-se parte disso, amadurecer e construir sua independência e respeito social.
Fazer acontecer... taí...Eleita como uma mulher que fez acontecer!
(Do Livro: Os Sentidos da Paixão. Ed. Cia de Letras, 1987, págs. 359-373)
Muitas vezes ouvimos dizer, que por trás de um homem célebre, sempre existirá uma grande mulher. Tenho a certeza que a Sta. Salomé foi uma dessas grandes mulheres, que viveu na intimidade de homens famosos no Século XIX e XX. Amou e foi amada por muitos dos grandes homens desses séculos, homens que influenciaram o nosso mundo de hoje; Conheceu Freud, Jung, Nietzsche, Hneri Bergson, Sartre, Paul Reé e até Richard Wagner entre outros grandes homens. Mulher sensível, tinha mito de sedutora. Imagina, conseguir em uma só vida ser amante de tantos ilustres.
Uma linda mulher, audaciosa, sedutora, erotizada, um paradoxo perante os costumes daquela época. Foi amante de Sigmund Freud por muitos anos e, influenciada por ele, tornou-se uma famosa e respeitada psicanalista na europa. Quantos amantes famosos, para uma única e, quase completamente desconhecida mulher.
"Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"
— Lou-Salomé
O ato amoroso transforma o parceiro num "conto estranho e maravilhoso". A Paixão amorosa é uma porta, diferente de todas as outras portas, "em sua arquitetura ornada de elementos ricos de sentido, em virtude de um simbolismo singular". É o caminho por excelência que nos leva a nós mesmos. Por ela "nós não somos um mundo de realidade, somos apenas o espaço e o metteur en scène de um mundo onírico, todo-poderoso, irresistível".
Assim, o amor durará enquanto os amantes forem capazes de oferecer ao outro essa entrega, que dá acesso de modo vital à capacidade de se concentrar neles mesmos, de ser um mundo para si por causa do outro.
Neste mesmo ensaio, ela nos lembra que no êxtase amoroso, por mais que desejemos nossa fusão com o amado, sempre somos, em última análise, remetidos a nós mesmos. A reconciliação que se fará aqui será sobretudo entre o sujeito e ele próprio, através do outro, mais do que entre o sujeito e o objeto amado.
(....) A fusão inteira do nosso ser com o outro, por mais querido que seja, não seria desejável. É preciso que sejamos cada vez mais nós mesmos, para poder ser um mundo para o outro. A relação erótica, remetendo-nos a nós próprios, é uma ocasião de constante renovação: cada vez ela inaugura em nós um ser novo; como um ato de linguagem, cada vez que eu falo a um Tu, é um Eu diferente que fala a um novo Tu: quando digo Eu, já não sou aquela que falava há pouco. A relação erótica é, assim, nela mesma, criação. E o amor um elemento de produção: somos a cada instante outros, encontramos no outro cada vez um elemento novo, diferente, desconhecido, misterioso até - o que dá à relação erótica sua riqueza:
"só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro."
E Lou analisa esta necessidade de renovação e da existência do mistério na relação amorosa:
"Pois, nos seio mesmo da paixão, nunca se deve tratar de "conhecer perfeitamente o outro": por mais que progridam neste conhecimento, a paixão restabelece constantemente entre os dois este contato fecundo que não pode se comparar a nenhuma relação de simpatia e os coloca de novo em sua relação original: a violência do espanto que cada um deles produz sobre o outro e que põe limites a toda tentativa de apreender objetivamente este parceiro. É terrível de dizer, mas , no fundo, o amante não está querendo saber "quem é" em realidade seu parceiro. Estouvado em seu egoísmo, ele se contenta de saber que o outro lhe faz um bem incompreensível... os amantes permanecem um para o outro, em última análise, um mistério."
Tavez muitos conheçam a Lou Andreas Salomé, outros nunca ouviram falar, mas o que mais me agrada é imaginar que essa mulher do século XIX esteve tão perto, tão íntima com as mentes mais fabulosas desse século. Conseguiu, o que muitas mulheres nunca imaginaram alcançar, fazer parte de um pano de fundo de idéias e pensamentos que mudariam o futuro da humanidade. Tornar-se parte disso, amadurecer e construir sua independência e respeito social.
Fazer acontecer... taí...Eleita como uma mulher que fez acontecer!
(Do Livro: Os Sentidos da Paixão. Ed. Cia de Letras, 1987, págs. 359-373)
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